Quixadá: Os vigilantes de patrimônio que trabalham no Açude Cedro, neste Município, só continuam no cargo até o próximo dia 7 de julho. A demissão acontece após o Governo Federal cortar verbas destinadas ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), responsável pelo gerenciamento do Cedro.
A informação foi confirmada ao Revista Central por uma fonte do setor. No total, oito vigilantes trabalham no Cedro, zelando pela preservação e segurança patrimonial do açude, mas todos eles já foram avisados da demissão, e já estão cumprindo aviso prévio, segundo confirmou a fonte.
Em todo o Ceará, conforme informou a fonte ao Revista Central, cerca de 70 trabalhadores que atuavam na segurança de patrimônio dos açudes, serão desligados. Três reuniões já foram realizadas pelo sindicato com o órgão, mas não há indicativos de que a medida seja revertida.
Para enxugar as contas e não fechar 2025 com o caixa no vermelho, o Governo Federal promoveu um bloqueio de R$ 150 milhões no orçamento do Dnocs. Com o corte, o órgão foi forçado a demitir pessoas na sede, em Fortaleza, e a descontinuar contratos de serviços, como no caso da empresa que era a responsável pela contratação dos vigilantes.
O Cedro foi construído entre finais do século XIX e início do XX, por ordem de Dom Pedro II, como estratégia pioneira de combate à seca no Nordeste. Desde 1984 ele é tombado pelo instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), além de integrar desde 2014 a lista indicativa da Unesco de Patrimônio Mundial.
A barragem possui, em seu coroamento, um guarda-corpo trabalhado em ferro e pilares em cantaria. Esse guarda-corpo foi produzido por uma empresa escocesa, a Walter Macfarlane e Co., em 1906. Todos esses aspectos, que conferem ao Cedro um valor histórico e turístico, ficarão sem nenhuma segurança com a saída da equipe de seguranças.
