A Polícia Civil do Ceará prendeu em flagrante dois irmãos suspeitos de receptar e tentar vender toneladas de fios furtados de uma empresa de energia elétrica. A operação ocorreu nessa quinta-feira (23) em uma sucata clandestina localizada em Limoeiro do Norte, no interior do estado.
De acordo com a corporação, foram apreendidas cerca de duas toneladas de cabos de cobre e alumínio, avaliadas em aproximadamente R$ 30 mil. Os suspeitos, identificados como Francisco Robério de Souza, de 37 anos, e Francisco Roberto de Souza, de 55, movimentavam cerca de R$ 300 mil por mês, segundo a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF).
Durante a ação, a polícia também apreendeu uma retroescavadeira utilizada para manusear o material ilícito. Os irmãos foram levados à delegacia, onde tiveram prisão em flagrante lavrada e ficaram à disposição da Justiça.
O delegado-adjunto da DRF, Eduardo Tomé, destacou que, embora os suspeitos não tivessem antecedentes, o esquema representava prejuízos significativos para a população. “Esses furtos impactam diretamente o cidadão, que acaba ficando sem energia ou telefonia. Desde 2023, temos intensificado operações em parceria com empresas do setor para combater esse tipo de crime”, afirmou.
Somente em 2025, a Enel Distribuição Ceará registrou o furto de 161 quilômetros de cabos de energia — o equivalente à distância entre Fortaleza e Canoa Quebrada. A prática deixou 390 mil imóveis sem energia em nove meses.
Para dificultar o comércio ilegal, a Enel lançou nesta quinta-feira (23) uma nova tecnologia de rastreabilidade, baseada em nanotecnologia com tinta especial, que permite identificar a origem dos fios furtados.
O coordenador de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública, Nelson Pimentel, afirmou que a inovação deve fortalecer as investigações. “Um dos principais desafios é rastrear o material furtado. Com essa tecnologia, esperamos ampliar as apreensões e a responsabilização dos envolvidos”, destacou.
