O governo do Brasil manifestou “preocupação” diante da ação da marinha israelense que interceptou uma flotilha que levava a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e ativistas brasileiros em missão humanitária rumo à Faixa de Gaza.
Contexto da Operação e Participantes Brasileiros
A embarcação integra a Flotilha Global Sumud (GSF), movimento internacional que busca romper o bloqueio marítimo imposto por Israel à Faixa de Gaza para viabilizar a entrega de urgentíssima ajuda humanitária.
Segundo os organizadores, a operação foi abordada por forças israelenses na última quarta-feira (1º de outubro). A deputada Luizianne Lins afirma ter sido detida “contra sua vontade” durante a abordagem, conforme mensagem divulgada em vídeo em seu perfil nas redes sociais, na qual pede intervenção do governo brasileiro para sua libertação.
Além de Luizianne, o ativista Thiago Ávila figura entre os brasileiros que integravam os navios interceptados.
Reação Diplomática e Ações em Curso
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha o episódio com “preocupação” e repudiou a ação militar, considerando-a uma violação de direitos que coloca em risco a integridade física dos manifestantes. O Itamaraty também exigiu que Israel retire “imediata e incondicionalmente” eventuais barreiras à entrada e distribuição de ajuda humanitária em Gaza.
A nota declarou ainda que “a segurança das pessoas detidas passa a ser de responsabilidade de Israel” e que a Embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato permanente com autoridades para prestar assistência consular.
Para reforçar a atuação diplomática, parlamentares brasileiros deverão se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no Itamaraty. O encontro visa discutir medidas urgentes de ação e a situação dos brasileiros detidos.
Perfil e Trajetória de Luizianne Lins
Luizianne Lins é jornalista, professora universitária e política experiente — já foi prefeita de Fortaleza em dois mandatos, vereadora, deputada estadual e, atualmente, deputada federal pelo Ceará.
A parlamentar afirma que viajava a bordo de uma missão oficial entre 30 de agosto e 5 de outubro, sem ônus para a Câmara dos Deputados.