Dois generais cearenses estão entre os 37 nomes indiciados pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21), em investigações relacionadas a uma tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi derrotado pelo presidente eleito Lula.
A lista inclui os militares Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ambos ligados à gestão de Bolsonaro (PL). Estevam Cals Theophilo, nascido em Fortaleza, exerceu o cargo de chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter) durante o governo Bolsonaro. O militar é irmão de Guilherme Cals Theophilo, também general, que foi secretário de Segurança Pública na mesma gestão e candidato ao governo do Ceará em 2018, quando foi derrotado por Camilo Santana (PT), atual ministro da Educação.
Já Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, natural de Iguatu, ocupou o cargo de ministro da Defesa de abril a dezembro de 2022, período que incluiu as eleições e a transição para o governo Lula (PT).
A Polícia Federal concluiu uma investigação apontando para o envolvimento dos militares em lesões que buscavam interferir no processo democrático. Cinco pessoas foram presas na última terça-feira (19). O plano chamado “Punhal Verde e Amarelo” previa matar envenenado o presidente Lula, matar também o vice Geraldo Alckmin, e ainda o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O relatório final da Polícia Federal foi concluído na tarde desta quinta (21) e enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o caso tramita. As defesas dos generais ainda não se pronunciaram oficialmente sobre os indiciamentos.