Região Central: A operação do Ministério Público do Ceará que desarticulou uma rede de abuso sexual contra crianças e adolescentes em Boa Viagem, traz detalhes chocantes. Entre as nove pessoas presas estão duas mães de crianças que eram abusadas. Conforme os investigadores, elas eram coniventes com o crime, e não faziam nada para denunciar os demais envolvidos.
A operação, intitulada Infância Perdida, foi deflagrada na última segunda-feira (23). As duas mães, alvos de mandados de prisão, poderão ser condenadas por estupro de vulnerável por omissão imprópria, já que sabiam dos abusos, mas não denunciaram nem fizeram nada para evitá-los.
Os outros sete homens presos, tinham grau de parentesco com as crianças e adolescentes que eram estupradas. Conforme a apuração do G1, eles eram pais, padrastos e tios das vítimas. Além da gravidade do abuso sexual contra menores, o caso revela um chocante caso de incesto coletivo. Incesto é a prática de consumação carnal com pessoas da mesma família que possuem alguma ligação sanguínea.
Os acusados agiam separadamente, mas todos tinham em comum o fato de que abusavam das mesmas pessoas. Ou seja, uma mesma vítima, era abusada sexualmente por mais de um membro da família.
O delegado de Boa Viagem, Gelson Luiz Almeida Pinto, fez um balanço positivo da operação, ressaltando a importância da atuação conjunta entre MP e Polícias Civil e Militar para a punição de criminosos sexuais. “Trata-se de um instrumento virtuoso para o enfrentamento desse crime hediondo, que é o estupro de vulnerável”, frisou.
O titular da 2ª Promotoria de Justiça de Boa Viagem, Alan Moitinho Ferraz, ofereceu denúncia contra os nove acusados. Os sete homens vão responder pelos crimes de estupro de vulnerável e produção de cena de sexo explícito envolvendo adolescente.