A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará manteve prisão preventiva de acusado da “operação Veredas”, deflagrada no dia 17 de dezembro de 2020, no município de Quixeramobim. Ressaltou que é pessoa de bem, bom pai de família, e que sobrevive do seu comércio, no ramo de alimentos.
O comerciante Antonio Ronis Vieira Barros encontra-se preso após uma minuciosa investigação policial que resultou na “operação Veredas”, com a expedição de diversos mandados de prisão e de busca e apreensão, relacionadas às pessoas que estariam supostamente envolvidas com o tráfico de drogas no município de Quixeramobim. A investigação durou vários meses, utilizando-se de métodos como a interceptação telefônica, ocasião em que registrou vários diálogos comprometedores.
O empresário se defende no pedido de Habeas Corpus alegando que não é traficante de drogas, em que pese seu nome envolvido com alguns diálogos, mas que será tudo devidamente esclarecido adiante, com fatos novos que serão demonstrados, como por exemplo que faz tratamento à base de medicamentos para livrar-se do vício das drogas e que, eventual contato com fornecedores dos entorpecentes envolvidos na investigação, restringiu-se, apenas, ao interesse de consumidor.
O juiz enviou informações ao desembargador justificando que Roni, juntamente com a namorada, administravam um “ponto” de venda de alimentação, e atuava auxiliando os investigados Pedro e Joilson na venda de drogas, inclusive media a venda de entorpecentes. Entendeu que há perigo na liberdade do paciente.
O Ministério Público Estadual, através do promotor Domingos Sávio de Freitas Amorim, emitiu parecer para manter a prisão do acusado: “funda-se na garantia da ordem pública, em virtude da gravidade concreta do crime em apuração, pois segundo consta nas investigações, o paciente faz parte de uma associação criminosa, atuante principalmente no crime de tráfico de drogas, no Município de Quixeramobim.”
Para o Desembargador José Tarcílio Souza da Silva, relator do Habeas Corpus, apesar do paciente [nome dado no habeas corpus] não responde a outra ação penal senão a que ensejou a impetração, a gravidade concreta do delito, evidenciada pelo modus operandi, em que o paciente integraria associação criminosa, envolvida no tráfico de drogas, muito bem organizada e com funções bem delimitadas e distribuídas entre seus membros, cabendo ao paciente a administração de um ponto de venda de alimentação, em que auxiliava outros corréus na venda de drogas, que demonstra, por certo, o risco para a ordem pública e só corrobora para a necessidade de manutenção da prisão provisória imposta (periculum libertatis).
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A operação
Dezenas de mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Quixeramobim, Boa Viagem, Madalena e Quixadá, no Sertão Central, e em Fortaleza. No total, 40 pessoas foram presas, além do cumprimento de 12 mandados de prisão em desfavor de suspeitos que já se encontram recolhidos no sistema prisional do Estado, totalizando 52 mandados de prisão cumpridos.
Foram capturados 35 suspeitos em Quixeramobim, dois em Boa Viagem, um em Madalena e dois em Fortaleza. Além das prisões, foram apreendidos 20 veículos – sendo 13 motocicletas e sete carros, além de aparelhos celulares, a quantia de R$ 7 mil em espécie e drogas. Também foi realizado o sequestro de bens do grupo criminoso.