Por Gabrielly Frutuoso: Você é bom de conversa?

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Na era dos smatphones cada vez mais avançados, parece tarefa quase impossível conquistar a atenção de alguém para uma boa conversa, já que todo mundo parece abduzido por esses pequenos aparelhos. Pode até parecer contraditório, mas a verdade é que o universo inteiro cabe dentro dos telefones, no entanto, estamos mergulhados em um profundo e solitário infinito particular. A necessidade de exposição impulsionada pelas redes sociais parece ter comprometido também nossa capacidade de conversar. A maioria limita-se apenas a falar, fazendo de nós seres incapazes de trocar ideias, refletir sobre o outro e até sobre nós mesmos.

O fato é que sobram opcões no plano virtual, mas falta calor humano. Quando as pessoas não dispunham de aparelhos celulares, o passatempo predileto era conversar e contar boas histórias, mas esse costume parece cada vez mais distante no tempo. Coisa rara é arrastar uma cadeira e sentar para dois dedos de prosa com um velho conhecido. Um café e um papo agradável com um amigo querido num fim de tarde qualquer, sem ser interpelado pelo celular, é incogitável. Mesmo aqueles mais resistentes e menos afeitos à ferocidade da tecnologia já se renderam ao mundo virtual e aderem com cada vez mais frequência às distrações da vida online. Contudo, para os que ainda preferem o contato pessoal, mano a mano, tête-à-tête, aqui vão algumas dicas para não ser trocado ao primeiro bip do celular e ser um exímio sujeito bom de papo.

Há quanto tempo você não olha nos olhos das pessoas com quem convive, na mesma casa ou na mesma empresa? Demonstre interesse genuíno pelas pessoas, olhe nos olhos. O olho no olho é como um encontro de almas. Todos, independente de classe social ou nível intelectual, têm algo a nos ensinar. Dizia Sócrates que “só amamos aquilo que conhecemos.” Dê-se a oportunidade de conhecer as pessoas

Ouça empaticamente, sem julgamentos. Aceite críticas construtivas, reflita sobre os argumentos do outro. Não tente ser dono da verdade (catequético). Muitas vezes entramos em grandes embates por não ter capacidade de colocarmo-nos no lugar das pessoas.

Não seja egocêntrico. Evite falar apenas de si mesmo. “Eu, eu, eu…”. Preencha sua embalagem com conteúdo, se abasteça de conhecimento ao longo da vida e fale o que as pessoas se interessam em ouvir. Quem reserva tempo para escutar alguém certamente deixou de fazer coisas interessantes esperando ouvir algo mais interessante ainda.

Não seja mal educado. Espere que a pessoa com quem conversa conclua seu raciocínio. Não a interrompa. Conversar também exige um mínimo grau de etiqueta. Chame as pessoas pelo nome. Sorria! O sorrido abre portas. Esses simples gestos promovem grandes aproximações.

Seja claro! Muitas pessoas falam por mensagem subliminar e esperam ser entendidas. Também é importante imprimir leveza à conversa, evitando negativismos e críticas. Sempre que puder, releve, perdoe… não interrompa relações porque uma conversa não fluiu bem, senão logo todas as portas estarão fechadas.

Então, não fique por aí achando que o celular agora é inimigo das relações. Reconheça que os tempos mudaram e todos estão mais conectados. Dê o primeiro passo, ou melhor, a primeira palavra para iniciar uma conversa agradável. Aproveite que hoje é domingo e convide aquela pessoa querida que não vê há tempos para um café regado a um papo leve e descontraído.

Gabrielly Frutuoso                                     Radialista

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