Peregrinos de São Francisco realizam procissão pelas ruas da cidade de Quixadá

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O bispo Ângelo Pignoli esteve presente na procissão junto com cerca de três mil religiosos.

Franciscanos do município de Quixadá e cidades vizinhas participaram no fim da tarde desta quinta-feira, 4, de mais uma procissão em homenagem a São Francisco. Peregrinos saíram da igreja do padroeiro e passaram pelos bairros Campo Velho, Triângulo, Centro e retornaram para uma missa solene dedicada ao Santo.

O bispo diocesano Ângelo Pignoli esteve presente na procissão junto com cerca de três mil religiosos vestidos com trajes roxos e alguns com os pés descalços. Este ano devido ao clima político o evento recebeu menor adesão do que nos anos anteriores, mas não tirou o brilho da procissão.

Durante o percurso os católicos rezavam e cantavam a oração de São Francisco, emocionada Fátima Viera da Silva, 50 anos, é devota do Santo desde de pequena, “meus pais sempre me ensinaram a perdoar. Perdoar, é um dom que muitos ainda tem que aprender”, conta a peregrina que fez o trajeto com os pés descalços. Ela estava com a sua filha, Rosalina Viera, 25 anos, que mora em Quixeramobim, mas todo ano faz questão de comparecer a procissão em Quixadá.

Sandoval Rodrigues Inácio, 56 anos, e a sua esposa Conceição de Maria, 69, fizeram uma promessa ao Santo para curar a sua filha vítima de uma infecção hospitalar quando recém nascida. Com lagrima nos olhos, a aposentada garante que recebeu o milagre, “a fé em São Francisco curou a minha filha”, garante. Todo ano o casal participa do ato, afirma ainda que todo domingo vai à missa na igreja de São Francisco. Eeste mês o casal programa uma viagem a cidade de Canindé.

Conheça a história do santo

São Francisco de Assis nasceu na cidade de Assis, na Itália, em 1181 (ou 1182). Filho de um rico comerciante de tecidos, Francisco tirou todos os proveitos de sua condição social vivendo entre os amigos boêmios. Tentou, como o pai, seguir a carreira de comerciante, mas a tentativa foi em vão.

Sonhou então, com as honras militares. Aos vinte anos alistou-se no exército de Gualtieri de Brienne que combatia pelo papa, mas em Spoleto teve um sonho revelador: Foi convidado a trabalhar para “o Patrão e não para o servo”.

Suas revelações não parariam por aí. Em Assis, o santo dedicou-se ao serviço de doentes e pobres. Um dia do outono de 1205, enquanto rezava na igrejinha de São Damião, ouviu a imagem de Cristo lhe dizer: “Francisco, restaura minha casa decadente“.

O chamado, ainda pouco claro para São Francisco, foi tomado no sentido literal e o santo vendeu as mercadorias da loja do pai para restaurar a igrejinha. Como resultado, o pai de São Francisco, indignado com o ocorrido, deserdou-o.

Com a renúncia definitiva aos bens materiais paternos, São Francisco deu início à sua vida religiosa, “unindo-se à Irmã Pobreza”.

A Ordem dos Frades Menores teve início com a autorização do papa Inocêncio III e Francisco e onze companheiros tornaram-se pregadores itinerantes, levando Cristo ao povo com simplicidade e humildade.

O trabalho foi tão bem realizado que, por toda Itália, os irmãos chamavam o povo à fé e à penitência. A sede da Ordem, localizada na capela de Porciúncula de Santa Maria dos Anjos, próxima a Assis, estava superlotada de candidatos ao sacerdócio. Para suprir a necessidade do espaço, foi aberto outro convento em Bolonha. Um fato interessante entre os pregadores itinerantes foi que poucos, dentre eles, tomaram as ordens sacras. São Francisco de Assis, por exemplo, nunca foi sacerdote.

Em 1212, São Francisco fundou com sua fiel amiga Santa Clara, a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Já em 1217, o movimento franciscano começou a se desenvolver como uma ordem religiosa. E como já havia ocorrido anteriormente, o número de membros era tão grande que foi necessária a criação de províncias que se encaminharam por toda a Itália e para fora dela, chegando inclusive à Inglaterra.

Sua devoção a Deus não se resumiria em sacrifícios, mas também em dores e chagas. Enquanto pregava no Monte Alverne, nos Apeninos, em 1224, apareceram-lhe no corpo as cinco chagas de Cristo, no fenômeno denominado “estigmatização”.

Os estigmas não só lhe apareceram no corpo, como foram sua grande fonte de fraqueza física e, dois anos após o fenômeno, São Francisco de Assis foi chamado ao Reino dos Céus.

Autor do Cântico do Irmão Sol, considerado um poeta e amante da natureza, São Francisco foi canonizado dois anos após sua morte.

Em 1939, o papa Pio XII tributou um reconhecimento oficial ao “mais italiano dos santos e mais santo dos italianos”, proclamando-o padroeiro da Itália.

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