Memórias de Quixadá: Cangaceiros invadem Terra dos Monólitos e destroem casa do prefeito e comércio de vereador

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O escritor e memorialista João Eudes Costa inaugurou seu quadro na RC TV, com um assunto possivelmente desconhecido pela maioria quase absoluta da população de Quixadá. Revela que no dia 01 de março 1914, Quixadá foi invadido por um grupo de cangaceiro vindo do Juazeiro do Norte.

O motivo da invasão se deu em virtude uma manifestação política, pois naquela época o prefeito era nomeado pelo Intendente. Uma faixa contra o governador foi colocado no demolido hotel Nossa Senhora de Fátima, próximo à antiga estação de trem.

Políticos adversários do governador reuniram cangaceiros do interior e os levaram para a capital cearense. Os cangaceiros tomaram conta de tudo, inclusive do trem, mas Lampião não esteve presente.

Conta o memorialista, que “perto do Iguatu cangaceiros encontraram as forças do governo e mataram o chefe. Aqui, o pessoal ficou apavorado, pois já tinham matado o chefe do governo, o que seria do povo? muita gente saiu”.

Chegando a Quixadá, os cangaceiros invadiram a cidade pela Rua Juvêncio Alves, “aqui invadiu a casa do prefeito, lá chegando quebraram todos os bons, piano alemão e voltaram ali onde é a casa girafa, onde era a casa comercial e saquearam tudo.” Nesta ação um jagunço quando estava quebrando as portas sofreu um tiro na testa de forma acidental. O comércio do presidente da Câmara também foi saqueada.

O padre da época, Cônego Lúcio disse que nunca tinha visto tanta bandidagem em um único dia em Quixadá. Foi sem dúvida um episódio que marcou a Terra dos Monólitos.

João Eudes Costa tem vários livros e faz parte da Academia Quixadaense de Letras (foto: RC)
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