Coluna Amadeu Filho: Morre em Fortaleza Airton Lélis, o camisa 10 do Canarinho do Sertão

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Airton_Lelis1Fora dos gramados, Airton era aquela pessoa que valorizava os verdadeiros amigos e sempre muito apegado à família.

O dono daquele chute potente, daquela técnica apurada, daquele estilo elegante e eficiente já não existe mais. Airton Lélis, o camisa 10 do Quixadá Futebol Clube morreu no começo deste mês de novembro, dia 2, aos 66 anos de idade, em Fortaleza, onde morava já fazia bom tempo. Fez parte daquele time do canarinho recheado de craques nascidos na terra dos monólitos, como Pial, Romero Filé, Lucivaldo, Tomé, Cesar Gaguinho, Dedé, Wal, Helano, dentre outros, ali pelos anos 70(década Passada), quando o time da terra dos monólitos formou uma equipe competitiva chegando a dar muito trabalho as principais forças do futebol cearense naquele momento.

Airton_LelisADesprestigiado por alguns treinadores locais encontrou na figura do técnico Freitinhas o apoio necessário para conseguir seu espaço no mundo da bola. Sempre lembrava que o goleiro Zé Antônio foi uma espécie de irmão, pois sempre lhe orientava de que forma devia se portar um jogador profissional. Foi grande amigo do goleiro Val Tavares que foi o responsável pela sua ida para o Icasa de Juazeiro.

Certo dia, meados dos anos 70, Val chegava na estação ferroviária de Quixadá vindo de Juazeiro do Norte, pois o “verdão do Cariri” deu folga aos jogadores que moravam em outras cidades. Ao Airton_Lelisbdescer do vagão, o goleiro encontrou Airton Lélis acompanhando a chegada e partida dos trens que passavam na estação e então fez o convite para o craque ir jogar no Icasa, convite aceito na hora. O goleiro entrou em contato com o técnico Boaventura que aceitou a indicação de Val. E durante dois anos, Airton foi titular absoluto e grande ídolo da torcida do “verdão do Cariri”.

Um detalhe que merece registro é o fato do Icasa sempre ter se apresentado em todos os estados nordestinos e aonde o craque quixadaense jogasse, os times queriam contratá-lo. Val nos assegurou que ele sempre quis jogar no Quixadá Futebol Clube. Para Nilton Ferreira, o Pio, funcionário com mais tempo no time canarinho, ele era possuidor de um estilo diferente, tinha uma facilidade enorme de, ao mesmo tempo, atacar e voltar para ajudar no combate ao ataque adversário.

Airton_LelisbcTambém brilhou no futebol da bola pesada tendo jogado no Balneário, Avante e seleção quixadaense. Manoel Bananeira, técnico respeitado em todo o estado, sempre afirmava que o Airton jogaria em qualquer time brasileiro. João Eudes Costa que foi seu treinador no Bangusinho ao saber da morte de Airton se expressou desta forma: “Mais um craque foi morar no céu e, com certeza, fará lindas jogadas ao lado de Zé Nilo, Mafia, Zé Leônidas, Zé Antônio, Perpétuo, Vagalume, Apolinário, Zé Preguinho, Xavier, Zé Carlos e outros.

A habilidade com a bola nos pés, o chute violento quase sempre transformado em gols, atraiu a atenção da crônica cearense que sempre o recomendavam para defender Fortaleza, Ceará e Ferroviário, naqueles anos, as grandes forças do futebol cearense. Teve seu melhor ano jogando no time da terra do Padre Cícero no ano de 1977, jogando ao lado de outros quixadaenses como o goleiro Val Tavares, Catolé e Agenor.

Fora dos gramados, Airton era aquela pessoa que valorizava os verdadeiros amigos e sempre muito apegado à família. Segundo o seu irmão, o popular Alberto Churrasquinho e a senhora Isolda ele sempre acolhia os que o procuravam.

Era uma pessoa bastante alegre e quando a tristeza rondava a vida de alguém próximo, chegava junto e falava que o criador nos deu a vida para sermos felizes. Seu pai, Abílio Paulino, funcionário da “Refesa” sempre enaltecia a maneira carinhosa como ele tratava as pessoas.

A morte de Airton Lélis pegou a todos de surpresa, em especial, os torcedores do Quixadá Futebol Clube. A melhor homenagem que podemos lhe prestar é sempre lembrar daquele amigo sempre manso, sempre presente e disponível para aqueles momentos incertos de nossas vidas.

Airton partiu, mas as lembranças de uma pessoa maravilhosa sempre ficarão conosco. Sobre o craque, a melhor definição foi dada pelo inesquecível comentarista esportivo Everton Lopes que afirmou: “Airton Lélis não jogava, ele ensinava!”.

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Amadeu Filho
Colaborador da RC
Radialista Profissional
Acesse também o blog Amadeu Filho

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