Coluna Amadeu Filho: Enfermeira Inácinha cuidava dos pacientes como se fossem seus filhos

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enfermeira_inacinhaA forma de como atendia os doentes, com bondade, paciência e caridade, tornou-a querida por todos.

As enfermeiras tem uma missão quase divina, grandiosa e sublime. São estas notáveis profissionais que com dedicação e ternura, amenizam o sofrimento daqueles que precisam de cuidados especiais. Não importa a idade, a cor, a classe social, o dia ou a hora. Os “anjos de branco” estão sempre prontos a transmitirem esperança na cura.

O pioneirismo na enfermagem coube à britânica Florence Nightingale que cuidou dos feridos na guerra da Crimeia. No Brasil, Ana Néri, cuidando dos feridos da Guerra do Paraguai, se tornou a nossa primeira enfermeira, passando a história como uma mulher que dedicou-se de corpo e alma, a cuidar dos que precisavam de seus serviços. Por decreto do presidente Getúlio Vargas, em 1938, foi instituído o dia do enfermeiro.

Em Quixadá, no Sertão Central cearense, sempre contou com grandes profissionais da Enfermagem, v.g. a Maria Inácia Alves, carinhosa conhecida como “Inácinha”, devido ao grande amor que devotava a todos, em especial, aos doentes. Sempre falava que a sua profissão era uma determinação dada por Deus. Esta extraordinária mulher nasceu em 17/07/1939. Foi aluna do Grupo Escolar José Jucá, sempre se destacando pela sua dedicação e inteligência.

A maior alegria de sua vida foi tornar-se enfermeira profissional, tendo estudado com grandes professores na Santa Casa de Misericórdia, em Fortaleza.

Na cidade de Quixadá, marcou sua presença exercendo com muita dedicação a profissão que abraçou com tanto amor. A forma como atendia os doentes, com bondade, paciência e caridade, tornou-a querida por todos. Por muitos anos trabalhou no Hospital Dr. Eudásio Barroso.

Sempre teve um carinho especial com os mendigos, inclusive cuidou até o momento da sua morte, do popular “Olho de Bila’ que a tratava como um anjo. Jamais se negou a atender um doente, mesmo em sua própria residência, sempre levando conforto e esperança aos que a procuravam. Foi concursada do “INANPS” onde trabalhou por vários anos ao lado dos médicos que se tornaram seus amigos como Dr. Laércio, Dr. Mesquita, Dr. Antônio Magalhães, Dr. Jorge. Era amiguíssima de Dr. Mesquita que a tratava docemente como “Inácia das Catingueiras”. Foi colega de outras grandes profissionais da Enfermagem como Nirinha, Fátima Bananeira, Neide Holanda, Getúlia e muitas outras.

Inácinha foi também uma pessoa ligada à igreja Católica, participando ativamente das celebrações das missas, batizados, procissões. Na rua que tanto amava, a Tenente Cravo, celebrava a novena de São João Batista com a presença de muitos fiéis. Comparecia aos velórios e rezava o terço e quando era em casa de evangélicos, o fazia sem que fosse notada.

Foi muito amiga do Padre José, a quem considerava da família.  Mesmo com uma vida intensa, jamais deixou de dar amor integral aos filhos Inalda (Educação), Idalba (Educação), João Bosco (Árbitro de futebol) e Júlio Cesar (repórter). Gostava imensamente de música, sendo admiradora de Orlando Silva e Vicente Celestino. Mantinha álbuns com fotos dos astros do cinema, da TV, acompanhava os programas do rádio, mas, gostava mesmo era de rezar e cuidar de doentes. A cura deles é o que a deixava mais feliz.

Esta grande mulher quixadaense dedicou sua vida a confortar, a consolar corações aflitos. Para ela, um dever cristão. Branco é a cor que as enfermeiras usam simbolizando a supremacia da vida. Estes anjos vestem branco para irem à luta, na defesa da vida, na cura dos enfermos.

Homenageando Maria Inácia Alves, com certeza, estamos mostrando toda a nossa gratidão a essas divinas profissionais da Terra dos Monólitos e do Brasil. Inácinha nos deixou em 29/06/2006, mas nunca será esquecida, pois quem viveu para se dedicar aos outros, tem um lugar garantido, para sempre, num cantinho do coração. Ela foi um anjo que Deus enviou para cuidar dos filhos desta linda terra.

Acessando o blog Amadeu Filho você terá a oportunidade de conhecer mais histórias de Quixadá.

Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
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