Coluna Amadeu Filho: Beto do Sax fez os quixadaenses se apaixonarem pelo sax

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Beto_do_SaxEra o dia 15 de Março de 1968, não demorou muito e em pouco tempo, Beto passou a dominar o Sax como gente grande.

Em uma certa noite, um senhor caminhava pelas ruas de Quixadá e ouviu ao longe um som melodioso. Alguém emocionava as pessoas tocando “Petite Fleur” -eterno sucesso instrumental. Não resistiu e se aproximou do local onde um cidadão mostrava toda sua habilidade ao executar o sax. Este senhor era um dos diretores do Náutico, um clube tradicional de Fortaleza que logo convidou para uma apresentação na capital. Este músico que encanta a todos atende pelo nome artístico de Beto do Sax. 

Certa vez, o saudoso músico Dudu Viana falou para o talentoso artista: “Rapaz, a sua responsabilidade é muito grande. Você fez os quixadaenses gostarem do som do sax”. Na verdade, o papel deste simpático artista é de uma importância enorme pois levou para as churrascarias, clubes, salões, praças, a beleza da canção instrumental, ainda tão pouco conhecida na Terra dos Monólitos e mesmo no Brasil. Mas graças a nomes como Pixinguinha, Abel Ferreira, Anacleto de Medeiros, Hermeto Pascoal, Moacir Santos, Paulo Moura, Luis Americano, Ratinho, Ivanildo e outros, o sax (instrumento inventado pelo belga Adolphe Sax, 1840), conquistou o gosto de muita gente. É animador o fato de Quixadá, atualmente, prestigiar o som divino saído desta bendita invenção. E, sem dúvida, um dos responsáveis por este novo momento é o instrumentista nascido na Terra dos Monólitos.

Beto tinha só 10 anos quando descobriu que a música iria sempre fazer parte de sua vida. Começou a fazer parte da banda municipal, naquele momento (anos 60, sob a regência do professor Benício). O maestro falou para o pai do menino: “Seu Alcides ele é muito pequeno, irá começar tocando requinta (instrumento de sopro), depois muda para outro”.

Era o dia 15 de Março de 1968, não demorou muito e em pouco tempo, Beto passou a dominar o Sax como gente grande. Terminada as aulas, corria para casa e ficava ouvindo Ratinho autor de “Saxofone por que choras?”, Ivanildo, Saraiva e outros.

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Teve como outros professores como o maestro José Pretinho que lhe passou muitas informações e Dudu Viana, o amigo certo das horas incertas. Mas faz questão de lembrar que deve muito a seus colegas músicos como Raimundo, Dôdô, Ricardo, Nel, Haroldo (irmão e também saxofonista), Neném Dias, Didi Barros, Dudu, Paulinho, Evilásio Costa, Waldizar Viana, Paulo Viana, Maciel, Mazinho, e muitos outros.

Sempre procurando evoluir, não demorou muito e foi convidado para integrar o grupo musical de grande sucesso “Os Monólitos” de 1970 a 1985. Aqueles que frequentavam os bailes, lembram daquele som que vinha do sax do Beto. Em Fortaleza tocou em várias bandas e até em outros estados, mostrou todo o seu talento. Hoje é um instrumentista respeitado, dono de um público fiel, inclusive de muitos jovens. Não há como negar, ele foi um dos responsáveis pela formação de um novo público, aquele que aprendeu a gostar da canção instrumental.

Beto tem como maior incentivadora (ela funciona como uma espécie de empresária, a sua esposa Neide). É ela que mantem contato com os dirigentes de clubes e cuida de toda a organização das apresentações do marido artista. Também se encanta com o desempenho do marido, especialmente quando ele executa “Diana”, famosa versão gravada por Carlos Gonzaga em que Paulo Moura participa dando um colorido especial a este eterno sucesso.

Como mestre Dudu falou, é grande e árdua a tarefa de Beto do Sax em manter vivo o gosto dos quixadaenses pela música instrumental. Merece destaque o fato de muitos jovens optarem pelo sax.

Acessando o blog Amadeu Filho você terá a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Quixadá.

Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
Acesse também o blog Amadeu Filho


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