Coluna Amadeu Filho: A saudade que ficou de Nilo Lopes

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Nilo_morcinhalopesConhecendo um pouco da história dessa gente do povo, estamos montando um painel do tempo de um Quixadá ainda pequeno.  

Na bucólica Quixadá dos anos 40, o jovem Nilo gostava de ouvir o canto dos pássaros e o apito do trem que cortava os ares da cidade feliz e anunciava a chegada de passageiros pobres ou alguns com muito dinheiro, na velha estação. Naqueles anos, já trabalhava, mas encontrava algum tempo para ir às  Praças onde se dava uma explosão de risos e a verdadeira amizade se dizia presente.

Na tentativa de montar uma fotografia daqueles anos, nos vem à imagem de Nilo num bate-papo com Hermínio Almeida, Gamão, Zé Limeira, Nereu, Chagas Holanda, Paulo Holanda, Chico Correia, Dário, João Bezerra, Toinho Libório, Zé Maria Libório e outros.  Ainda havia tempo para assistir a missa aos domingos, ir a feira do gado que acontecia toda sexta-feira e claro, acompanhar uma de suas grandes paixões que era o futebol, indo para os campos de várzea ou ouvindo os grandes jogos pelo rádio em que a transmissão, naquele tempo, era nacional.

Foi um dos fundadores do Bangu, time que marcaria época na Terra    dos Monólitos, mas foi o seu trabalho no comércio em que Nilo Lopes (nasceu em 9.07.1922) conquistou, de forma definitiva,  o carinho e o respeito das pessoas.  E mais amigos foram surgindo como Wil Holanda, Nozinho, Besouro, Amadeu do velho mercado, Bandeirinha, Fransquinho Tavares e muitos outros. É porque para este pacato quixadaense, a “amizade”  vinha em primeiro lugar.

Começou a trabalhar no comércio em um ponto pertencente ao senhor Fausto Cândido, vizinho a casa do Senhor José Metero. Quase todos os dias, ia até a banca dos magarefes  Laranjeira e Antonio Vidal comprar carne para o preparo dos famosos tira-gosto que agradava os frequentadores.

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Um dos seus filhos, Everton Lopes (comentarista esportivo) nos informou que seu pai era muito grato a Assis Belo que muito o ajudou. Ficou neste ponto comercial até a década de 70. Mas foi no comercio que ficava em frente ao portão do velho mercado público que Nilo se firmou, logo conquistando uma clientela grande e fiel. Nilo Neto é quem dá continuidade ao que o querido quixadaense plantou com a mesma competência e simpatia.

Foi casado com Mocinha Lopes da Costa e este amor eterno(foi infinito enquanto durou) e desta bendita união nasceram os filhos Everton Lopes(radialista), Everardo(bancário), Evando(comerciante) e Maria das Graças. Nilo e Mocinha faziam questão de acolher os amigos em casa e mesmo quando os filhos seguiram seus caminhos, a família se reunia sempre.

Nilo nos deixou em 2007 e Mocinha Lopes em 2013. Depois de cumprirem  suas missões aqui na terra partiram para outras, deixando na sua passagem entre nós, exemplos de pai, mãe e amigos. Conhecendo um pouco da história dessa gente do povo, estamos montando um painel do tempo de um Quixadá ainda pequeno, é bem verdade, mas verdadeiramente feliz. A história se desenvolve dessa maneira. 

Conhecendo, mesmo que só um pouco, como era a realidade diária dessas pessoas, teremos uma fotografia reveladora de como era aquele Quixadá, divino e maravilhoso! Por isso, não podemos abrir mão de conhecer a vida dessa gente simples e ao mesmo tempo, tão importante, que podem ser sim, tomadas como fonte de estudo para que se tenha um conhecimento bem maior de como era, na realidade, a cidade que tanto amamos.

Acessando o blog Amadeu Filho você terá a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Quixadá.

Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
Acesse também o blog Amadeu Filho

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