Amadeu Filho: Ícone do rádio quixadaense fica longe dos microfones

compartilhar no:

Amadeu_flho_radialista

Ao lado dos seus aparelhos de rádios, o radialista grava alguns programas para ouvir.

A paixão pelo rádio nasceu ainda em sua infância, mas foi a partir de sua adolescência que o ícone do rádio quixadaense conheceu de perto o seu eterno amor, o microfone. Francisco Amadeu Ferreira, carinhosamente conhecido por Amadeu Filho, iniciou a sua carreira ainda na sua mocidade, ao lado do ‘professor’ da comunicação local, Adolfo Lopes, no serviço de alto-falante Solon Magalhães, da cidade de Quixadá, em meados dos anos 60.

Amadeu Filho sempre foi um apaixonado pela comunicação e em especial pelo rádio, “o rádio é fascinante e sempre vai ser ouvido”, mesmo sendo considerado pela classe como um símbolo, recentemente o seu programa foi findado do rádio que sempre teve a sua marca, a AM Cultura, lá desde 1992 apresentava um programa voltado para a jovem-guarda e com foco histórico do município.

Durante a entrevista ao portal Revista Central, o experiente radialista escondeu as lagrimas, sempre quando era indagado sobre o seu futuro no rádio, tentava mudar de assunto ou arrumava um jeito de brincar com a “Linda”, uma cachorra que cria com muito carinho.

Muito emocionado, Amadeu Filho, contou que no início narrava jogos com um frasco de sardinha e chamava a atenção dos presentes.

O seu primeiro e inesquecível momento foi em meados dos anos 70 na rádio Ceará Clube, como repórter esportivo, foi lá que recebeu o codinome Amadeu Filho, vestiu a camisa juntamente com grandes personalidades, por exemplo, Tom Barros, João Inácio Júnior, Guilherme Pinho, Paulo Oliveira e tantos outros. Teve o privilégio de trabalhar como redator de um programa noticioso da TV Ceará, ao lado do apresentador de Cândido Olímpio Colares. Amadeu Filho também substituiu no extinto jornal Tribuna do Ceará, Dutra de Oliveira, um renomado jornalista da época.

Durante essa época recebeu inúmeros convites para trabalhar fora do Estado, mas não pensou duas vezes quando foi instalada a primeira rádio de Quixadá, a Uirapurú, do saudoso Zé Pessoa de Araújo, “fiquei realizado quando comecei a trabalhar na extinta Uirapurú, hoje, rádio Monólitos”, destaca. Amadeu trabalhou ao lado de Ribamar Lima, o seu primo Jonas Sousa, Ribeiro Júnior e tantos outros.

O pioneiro em fazer programas voltados para a boa música, Amadeu Filho, ganhou fama e carinho do seu público, “a gente era astro na cidade”, chegou a entrevistar personalidades da música nacional, como Martinho da Vila.

A partir da década de 90, recebeu um convite para trabalhar na rádio Cultura AM, onde tornou-se um símbolo da emissora. Teve uma passagem pela extinta FM Sitiá. “O Amadeu e a rádio Cultura sempre foram laçados por um cordão umbilical”, se emociona ao falar que deixou nesse mês de janeiro a emissora, devido ajuste na grade de programação, “sinceramente, não sei se eu volto pra lá [cultura], acho difícil”, desabafa.

“O que me deixa mais feliz é receber diariamente o carinho das pessoas perguntando por que o nosso programa não foi mais ao ar”. O seu programa era apresentado de segunda a sexta-feira, sempre das 16h às 18h e de forma habilidosa conseguia conquistar cada dia mais ouvintes.

O respeitado e querido radialista recebeu inúmeros prêmios na capital e em Estados brasileiros, “durante toda a minha carreira nunca recebi um homenagem do Poder Público de Quixadá”. A Câmara de Quixadá chegou a aprovar um requerimento da Medalha Rachel de Queiroz, mas nunca lhe entregou. Amadeu além de amar o rádio, é um inspirado torcedor do Botafogo carioca.

O comunicador criou recentemente um perfil no facebook e faz postagens sobre a história de Quixadá, está projetando um blog e uma rádio web. Amadeu filho é professor aposentado, tendo lecionado nos colégios Municipal, Estadual, Ginásio Valdemar Alcântara e Colégio das Irmãs.

A rádio Cultura AM tem nova direção, assumiu recentemente a Comunidade Boa Semente de Quixeramobim.

Escreva algo