MPCE apreende dinheiro, documentos e HDs em Quixadá, Quixeramobim e Eusébio em nova fase da Operação Casa de Palha

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Material foi apreendido por equipes do Gaeco em fase da operação nesta quarta-feira (6) (Foto: Divulgação MPCE)

Região Central: Oito mandados de busca e apreensão, em Quixadá, Quixeramobim e no Eusébio, foram cumpridos nesta quarta-feira (6), pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), durante a terceira fase da Operação Casa de Palha. A operação apura crimes ocorridos em anos anteriores em gestões passadas, contra a Administração Pública no município de Quixadá, envolvendo licitações para obras de engenharia e outros delitos.

De acordo ocm o promotor de justiça do MPCE e membro do Gaeco, Marcelo Cochrane, foram apreendidos celulares, HDs com informações virtuais e documentos que serão anexados às investigações. O MPCE não detalhou mas enviou à imprensa, imagens de notas de R$ 50 e R$ 100 em espécie que também foram apreendidos.

“O peração de hoje é a terceira fase da operação csa de palha, que investiga crimes contra o patrimonio publico na cidade de quixadá, voltado a apuração de licitações em obras fraudulentas. Foram apreendidos celulares, computadores, HDs externos, pendrives, documentos, tudo isso fará parte da investigação, será analisada pelo MPCE”, afirmou Marcelo Cochrane.

Foram expedidos oito mandados de busca e apreensão contra alvos em Quixadá (1 contra um ex-agente público, 1 contra um agente político, 1 contra um empresário e 1 ocntra uma empresa), Quixeramobim ( 2 contra empresários e 1 contra uma empresa) e Eusébio. Veículos de imprensa quixadaense informaram mais cedo que o alvo no Eusébio seria a residência do ex-prefeito de Quixadá, Ilário Marques. O Revista Central procurou duas fontes, uma no MPCE de Quixadá e outra no TJCE, mas elas não confirmaram a informação.

As medidas foram deferidas pelo juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Quixadá e foram cumpridas com o apoio da Polícia Civil, por meio do Departamento Técnico Operacional (DTO), do Departamento de Polícia do Interior – Sul (DPI/Sul) e do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM). A nova fase da Operação “Casa de Palha” foi motivada após análise dos elementos de prova colhidos nas duas fases anteriores.

Marcelo Cochrane afirmou que o material apreendido será anexado nas investigações e, dependendo da existência de novos indícios, poderá provocar desdobramentos de outras fases. “Ja foram propostas oito denuncias criminas e quatro ações de improbidade que estão tramitando na jsutiça. a partir da analise do material apreendido, poderão ser ofertadas novas denúncias. Esse material apreendido fará parte da investigação, será analisada e irá integrar a operação que ainda está em curso”.

Entenda o caso

A Operação Casa de Palha foi deflagrada inicialmente em abril de 2019, junto com a operação Fiel da Balança. Ambas apuravam crimes contra a Administração Pública no município de Quixadá. As investigações apontavam para a existência de fraude em licitações, peculatos e outro ilícitos ligados à realização de obras de engenharia no município de Quixadá.

Naquela data, como resultado da operação, foram presos o presidente da Câmara Municipal de Quixadá, Ivan Benício de Sá, conhecido como “Ivan Construção”, e o diretor-financeiro do Consórcio Público de Saúde da Microrregião Quixadá na época, Neto Dias, que é genro do prefeito Ilário Marquesque. Ivan era envolvido porque possuia empresas no ramo de construção civil.

Conforme as investigações do MPCE, os crimes teriam ocorrido durante a gestão do petista Ilário Marques na Prefeitura de Quixadá, e na gestão de Ivan Construções, quando esteve à frente da presidência do legislativo. Em maio de 2019 o MPCE ofereceu a primeira de uma série de denúncias contra possíveis envolvidos. Além de Ivan e Neto Dias, foram denunciados outras três pessoas por peculato-desvio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Ivan ainda tentou recorrer da decisão e voltar ao cargo da presidência, mas em outubro de 2019, o juiz da Comarca de Quixadá, Adriano Ribeiro Furtado Barbosa, deferiu o pedido da 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Quixadá e dos promotores do Gaeco, e prorrogou por mais 180 dias o afastamento das funções públicas do presidente da Câmara. Em dezembro daquele mesmo ano, Ivan Construções tentou no Superior Tribunal de Justiça (STJ) um pedido de habeas corpus para que fosse solto, mas o órgão negou por unanimidade, dois pedidos de liberdade que Ivan havia feito por meio de sua defesa.