‘Tentei me matar’: Fantástico mostra caso de mulher de Quixeramobim vítima de preconceito na internet

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Maria Evangelista deu uma entrevista ao programa e falou do caso que repercutiu em 2016 (Foto: reprodução TV Globo)

“Tentei me matar”. A frase forte, curta, mas de um impacto imensurável, mostra o quanto o preconceito contra pessoas com deficiência, são capazes de afetar a vida de alguém. Ela foi dita pela dona de casa do município de Quixeramobim, que foi uma das personagens do programa Fantástico deste domingo (6), na TV Globo.

Maria Evangelista Brasil, de 40 anos, deu seu depoimento depois que ela postou uma foto no facebook e foi alvo de comentários preconceituosos. Ela procurou a Polícia Civil e registrou um Boletim de Ocorrência. Ao Fantástico ela confessou: “Só não disse que eu era filha de Deus, mas o resto elas disseram. Tentei me matar”.

“Eu não sou de fazer mal a ninguém, aí uma pessoa que eu nem conheço, nunca vi na vida, aí vai pega uma foto minha, por causa desse defeito, aí faz isso comigo?”, disse durante o Fantástico. Ela foi uma das inúmeras vitimas de preconceito por conta de deficiências que possuem. A dela é um afundamento na testa, à altura da distância entre os dois olhos.

O caso de Maria Evangelista aconteceu em 2016 e foi mostrado aqui no Revista Central. Na época a reportagem mostrou como os casos impactaram a vida dela. Várias pessoas chegaram a ser denunciadas pela Polícia Civil e, conforme atualização do Fantástico, em 2018 em primeira instância, a pessoa que postou a foto e fez comentários preconceituosos, foi condenada a pagar uma indenização de R$ 3 mil.

Na reportagem de domingo, o Fantástico reproduziu um áudio onde a dona dos comentários, na época, se desculpou. Mas o advogado de Maria Evangelista afirma que ela ainda não pagou o valor de R$ 3 mil. “Até o momento ainda não pagou. Como sou pai de uma criança com deficiência, me senti ofendido com essas declarações que a dona Maria Evangelista passou. A gente fica imaginando que um dia pode ser com um filho nosso”, disse o advogado.

Um levantamento feito pelo Fantástico aponta que só a polícia de 11 estados brasileiros e do DF tem algum tipo de atendimento voltado especificamente às pessoas com deficiência. No entanto, o boletim de ocorrência de discriminação pode ser feito em qualquer distrito.