Bacia do Banabuiú é a única que possui três açudes secos e a que tem o menor nível de água acumulado

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Açude Arrojado Lisboa, o principal da Bacia do Banabuiú: Bacia monitorada pela Cogerh já tem 3 açudes secos (Foto: reprodução facebook)

Região Central: A Bacia do Banabuiú, uma das maiores do Ceará, é a única entre todas as bacias hidrográficas do estado que possui três açudes totalmente secos, e é também a que possui o menor índice percentual de água acumulada nos reservatórios. A informação foi confirmada pelo Revista Central a partir de uma análise dos números fornecidos pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh).

Os três açudes que estão sem água são o Monsenhor Tabosa, no município homônimo, o Pirabibu, localizado no município de Quixeramobim, e o Trapiá II, em Pedra Branca. Este foi o último dos três açudes a secar. Conforme a Cogerh a última gota d’água que existia no açude pedrabranquense secou no dia 6 de setembro.

Ainda segundo a Companhia o reservatório represa o rio Cachoeira. Em sua capacidade máxima, ele suporta guardar até 18 milhões de metros cúbicos de água, o que gera uma parede de água com mais de 27 metros de altura. Em tempos de sangria, a lâmina de água que verte do sangradouro chega a quase um metro e meio.

Dados preocupantes

O Trapiá II é o primeiro açude da Bacia do Banabuiú a secar este ano. O Pirabibu e o Monsenhor Tabosa já tinham perdido todo o seu volume acumulado há cerca de um ano. Com a atualização desta informação, a Bacia do Banabuiú se tornou a única a possuir três reservatórios secos.

Em 2016, seca no Cedro provocou consequência ambiental no reservatório (Foto: Cleyton de Paula)

Além de possui o maior número de açudes secos entre todas as bacias, uma outra informação também preocupa os moradores do Sertão Central: o percentual total acumulado pelos 19 açudes chega a 8% de tudo o que, juntos, podem acumular, o que faz com que esta bacia também seja a que possui o menor índice de acúmulo de água entre todos as bacias.

Cedro também está perto de secar 

Um dos reservatórios com menor volume morto é o Cedro, em Quixadá. Conforme a Cogerh o açude está com 0,04% de volume, desde a última atualização. O centenário açude já não é mais responsável pelo abastecimento de Quixadá, e a perca de água ocorre por evaporação. No entanto, secar um açude por completo pode provocar uma série de consequências ambientais.

Em 2016, quando atingiu um dos seus índices mais baixos dos últimos 15 anos, o Cedro apresentou um cenário incrível e ao mesmo tempo assustador: milhares de cascos de cágados e de tartarugas mortas apareceram no solo rachado do Cedro, tornando a visão dandesca. Estudiosos da Universidade Federal do Ceará (UFC) chegaram a visitar o município para fazer um estudo e descobrir as causas do fenômeno.

Conforme a Cogerh, de todos os 155 açudes monitorados pelo órgão no Ceará, 60 estão com volume inferior a 30% e apenas um está com volume superior a 90%. O estado não possui mais nenhum açude sangrando. Atualmente 12 açudes estão em volume morto e outros oito estão completamente secos, sendo nesta conta os três da Bacia do Banabuiú. Os cinco demais são: Adauto Bezerra, Forquilha II, Madeiro, Cedro (já considerado seco pela Cogerh), e Salão.