Em Quixadá, comunidade se esforça para que alunos não desistam de estudar, destaca Revista Globo Rural

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Da esq. p/ dir: Evaneuton dos Santos, Sandra Mara Nobre Rabelo e Maria Neuda do Nascimento Carneiro, que integram o corpo de docentes do Distrito Educacional Cipós dos Anjos (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Uma equipe da Revista Globo Rural, pertencente ao Grupo Globo, esteve no município de Quixadá, para conhecer a realidade de alunos moradores da zona rural. Um dos distritos visitado pela reportagem foi Cipós dos Anjos.

A edição de setembro da Revista Globo Rural chega às bancas, ao site e ao aplicativo Globo+ trazendo como destaque uma pesquisa que revela que, na pandemia, mais da metade dos estudantes que frequentam escola públicas rurais tem vontade de abandonar os estudos. Segundo a reportagem, em Quixadá, comunidade se esforça para que crianças e adolescentes não desistam de estudar.

Essa é uma das escolas cearenses com mais medalhistas na OBA [Olimpíada Brasileira de Astronomia e Austronáutica]“, diz com orgulho Maria Neuda do Nascimento Carneiro, diretora da Escola de Ensino Fundamental Zilcar de Souza Holanda, no Distrito Educacional Cipó dos Anjos, em Quixadá. Apesar do marco importante, esta vocação pode estar ameaçada, à medida que crianças e adolescentes têm sinalizado desistir de estudar.

O professor Evaneuton dos Santos, coordenador geral do Distrito Educacional Cipó dos Anjos, afirma que a função de ensinar atualmente também deve considerar formar criticidade e discernimento para a construção de uma sociedade melhor. Mas a realidade ainda passa longe disso. Com a pandemia, ele diz que “dentro da cultura educacional do nosso país hoje, o ensino remoto nunca vai atingir nem 30% da meta de ensino (que é de 60%)”.

Na foto, Vinicius (10), Venâncio (8), Pedro Vitor (6) e a mãe Edilene na entrada da casa no sertão de Quixadá. O mais velho sonha em ser médico, enquanto os mais novos querem ser policiais (Foto: Tamara Lopes/Ed. Globo)

Edilene Alves da Souza contrata internet móvel quando é possível. No entanto, muitas vezes, o sinal só pega do lado de fora da casa. Por isso, ela guarda o aparelho dentro de um pote pendurado no varal e conta que, de longe, ouve as mensagens chegando.

Depois das atividades escolares chegarem pelo Whatsapp, os irmãos Venâncio e Pedro Vitor e Vinícius revezam o aparelho para estudar na cozinha.

Sempre que possível, Venâncio, que está no 4º ano, fica com o celular para estudar na casa do avô, que tem Wi-Fi. Enquanto isso, mãe e irmãos ficam incomunicáveis sem o aparelho. O menino nos mostra que a professora envia atividades em vídeo narrando as explicações.