Uece dá entrada na Anvisa para autorização de testes da vacina contra Covid-19 em humanos

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Nesse momento a vacina encontra-se na fase clínica, e, após aprovação da Anvisa, deverá ser dividida em três etapas

Em postagem nas suas redes sociais, o governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou que o Ceará está em estágio avançado para ter a sua própria vacina contra a Covid-19, e o Estado já deu entrada com o processo para aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na aplicabilidade de testes com humanos. Ao seu lado estavam o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Inácio Arruda, e o reitor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), professor Hildebrando dos Santos Soares.

“Estive reunido com a Secretaria da Ciência e Tecnologia discutindo projetos de inovação tecnológica e investimentos para as nossas universidades estaduais. Inclusive, reforcei ao reitor da Universidade Estadual do Ceará, professor Hildebrando Soares, que o Governo do Estado continuará dando todo o apoio necessário para a vacina contra a Covid que está sendo desenvolvida pela Uece. A vacina está na fase de pré-teste e agora aguarda o credenciamento da Anvisa para o avanço das fases. O Ceará é um dos estados que mais investem em ciência e tecnologia no país, reafirmando nosso compromisso com a educação e a pesquisa científica”, ressaltou o governador, que também lembrou das muitas vidas salvas pelo Capacete Elmo na pandemia, que funciona como respirador de baixo custo, e foi fruto de outra pesquisa cearense.

Nesse momento a vacina encontra-se na fase clínica, e, após aprovação da Anvisa, deverá ser dividida em três etapas. Na primeira, os testes serão realizados com, aproximadamente, 100 pessoas adultas, de 18 a 60 anos de idade, sem comorbidades. Na segunda etapa, será a vez de pessoas acima de 60 anos, com comorbidades. Na terceira, os testes serão aplicados em milhares de pessoas, com perfis diversificados.

Para o reitor da Uece, essa vacina é produto do trabalho e dedicação de nossos pesquisadores dentro da Uece, motivo de orgulho para o Ceará. “Estamos numa fase avançada dessa vacina para humanos, que é um produto tecnológico, aguardando os estudos finais, e saímos aqui dessa reunião com o governador com a autorização de todo o apoio necessário do Governo do Ceará para que esse projeto possa avançar”, comemorou.

Vacina HH-120-Defenser

Iniciada em abril de 2020, a pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (Uece) para o desenvolvimento de vacina contra a Covid-19 se prepara para a segunda fase, que consiste na realização de testes em humanos. A pesquisa é desenvolvida no Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular da Uece (LBBM), liderado pela professora imunologista Izabel Florindo Guedes.

Batizada de HH-120-Defenser, o imunizante cearense propõe uma nova forma de uso de um coronavírus aviário atenuado, que está no mercado há décadas e que não causa infecção em seres humanos. “Essa vacina é constituída por uma cepa de coronavírus muito parecida com o SARS- CoV-2, capaz de induzir uma resposta imunológica protetora contra o novo coronavírus. Ela não causa infecções em humanos. Por isso resolvemos usá-la”, esclarece a coordenadora do Laboratório, Izabel Florindo.

A primeira fase da investigação, com realização de testes em camundongos, foi concluída com sucesso, como destaca o pesquisador do LBBM/Uece e doutorando do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia (Renorbio/Uece), Ney Carvalho. “Obtivemos resultados promissores desse imunizante com camundongos. Esses resultados serão submetidos à Anvisa, com o intuito de iniciar a fase clínica, já que estávamos na fase pré-clínica, com os animais”. Agora chegou a hora de testar em humanos, para, com a possível conclusão da pesquisa desenvolvida pela Uece, o país contará com uma vacina de baixo custo.

“Uma pesquisa que saiu de dentro do nosso laboratório da Uece pode se transformar em um produto tão importante para tempos de pandemia, e isso só foi possível pelo apoio do Governo do Ceará, sempre garantindo os recursos e os meios para que a pesquisa possa continuar, e que resulte numa vacina que vai ajudar o combate à Covid-19 no Brasil e no Mundo”, apontou Inácio Arruda.