Quixadá: Influenciador digital negro desabafa após ser chamado de vagabundo por policiais do COTAR

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O jovem revela que entendeu a situação como uma coincidência infeliz, mas não descarta que a abordagem tenha sido realizada por conta do seu tom de pele. “Infelizmente o mundo é assim, cheio de preconceito”, desabafa.

O jovem Matheus Castro, influenciador de Quixadá, desabafou para seus mais de 18 mil seguidores no Instagram sobre uma abordagem policial ao qual foi submetido na tarde desta quarta-feira (17), no bairro São João.

O relato de Matheus foi publicado em seu instagram, ao vivo. Mesmo nervoso, o influenciador relatou o que aconteceu: “Eu tava sentado ali na calçada agora, ia começar a editar uma foto pra poder postar […] pra quem não tá entendendo nada; sentei, tava tudo direitinho, ai a minha mãe falou; Matheus lá vem a polícia não se mexe, e eu não me mexi”.

Conforme conta o influenciador, ele estava com a câmera do celular ligada e ia começar a gravar produtos que tinha recebido, quando passaram duas viaturas do Comando Tático Rural (COTAR). “Na hora que eu ia levantar para pegar as coisas [recebidos], os policiais saíram da viatura e apontaram um fuzil pra mim. Eu sentado na calçada e eles disseram; mão na cabeça, vagabundo”, diz Matheus ao afirmar que obedeceu a ordem da equipe policial, colocou o celular no chão e abriu as pernas para ser revistado.

Matheus relata também que sofreu chute na perna e pancada na genitália. A mãe do jovem acompanhou toda a situação e conta que ainda tentou explicar aos policiais o que o filho estava fazendo. “A gente tava filmando as coisas aqui na calçada, ele é meu filho, pessoa de bem’, conta Mazé.

Segundo o influenciador, os policiais ordenaram que ele destravasse o celular e ao perceberem que a câmera estava ligada, os policiais perguntaram para quem ele estaria, supostamente, enviando material gravado. “Não tava mandando para ninguém”, conta Matheus. “Sou uma pessoa de bem, não me meto com nada”.

“Eu queria acreditar que não foi pela minha cor, que foi porquê sou negro”

O jovem revela que entendeu a situação como uma coincidência infeliz, mas não descarta que a abordagem tenha sido realizada por conta do seu tom de pele. “Infelizmente o mundo é assim, cheio de preconceito”, desabafa. Ao se defender, Matheus diz: “Eu sempre fui pro lado da luz, sempre tive pessoas que me ajudaram”.