Ambulatório do HRSC acompanha pacientes para reduzir recorrência de AVC após alta hospitalar

compartilhar no:
Em média, 35 pacientes são atendidos por mês no Ambulatório Multiprofissional de Acidente Vascular Cerebral do HRSC. Foto: divulgação

O Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado, assegura atendimento ambulatorial multiprofissional para pacientes egressos das unidades de Acidente Vascular Cerebral (AVC) a fim de reduzir recorrência da doença após alta hospitalar. O serviço, iniciado em novembro de 2020, oferece atendimento com médico neurologista, enfermeira, fisioterapeuta, fonoaudióloga, nutricionista e psicóloga. Em média, 35 pacientes são atendidos por mês.

O aposentado José Aurélio Fernandes, de 68 anos, é uma das pessoas que recebem a assistência. Após receber alta, o morador de Quixeramobim passou a ser acompanhado no Ambulatório Multiprofissional de Acidente Vascular Cerebral (AVC) da unidade. Fernandes relata como começou a sentir os sintomas da doença. “Eu estava tomando banho quando comecei a sentir uma dormência no meu braço e na perna esquerda. Fiquei no banheiro me segurando para não cair. Logo em seguida, a minha família me levou para o hospital municipal e, prontamente, fui encaminhado para cá [HRSC]”, lembra.

José Edmilson Dias Bezerra, de 50 anos, é outro paciente que também recebe tratamento ambulatorial no equipamento. “Senti a língua presa e não conseguia falar”, rememora o agricultor de Arneiroz, na Região do Sertão dos Inhamuns, durante acompanhamento de fonoaudiologia.

Prevenção dos fatores de risco

O coordenador médico das unidades de AVC, Alan Cidrão, destaca a importância dessa assistência para a recuperação dos pacientes. “Após a alta hospitalar, as pessoas acometidas por AVC têm uma série de demandas que exigem uma assistência multiprofissional. Todas elas necessitarão de acompanhamento para correção e prevenção dos fatores de risco, visando à redução da recorrência da doença”, explica Cidão. “É realizada a prescrição de terapia com remédios, como também uma orientação de mudanças do estilo de vida do paciente. Tudo isso visando à reinserção mais precoce desse paciente, dentro de suas possibilidades, ao convívio com seus familiares e com a sociedade”, continua.

A rapidez no atendimento permite que o paciente acometido por AVC possa ser medicado, no caso do acidente isquêmico, com o trombolítico, medicamento utilizado com o objetivo de desobstruir o vaso sanguíneo e reverter, de forma total ou parcial, os sintomas apresentados no início do quadro clínico.

A prevenção, no entanto, é o melhor caminho e pode evitar 90% dos casos. O reconhecimento dos sinais de alerta da doença e o rápido tratamento de urgência em um centro de AVC diminui a chance de sequelas.

A enfermeira do ambulatório, Flaviane Melo, faz um alerta para que a população fique atenta aos fatores de risco da doença. “Entre as principais causas estão a hipertensão (pressão alta), diabetes, doenças cardíacas, colesterol elevado, alimentação inadequada, tabagismo, estresse, uso abusivo de bebidas alcoólicas, sedentarismo e obesidade”, lista. “Diante desses fatores de risco, se a pessoa vier a ter um AVC, pode ser identificado com um sintoma de fraqueza, principalmente de um lado do corpo, dor de cabeça, falta de equilíbrio, dificuldade de falar e tontura, que ocorram de forma repentina”, explica a enfermeira.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o AVC é a segunda causa de morte no mundo e a primeira causa de incapacidade. A enfermidade pode acometer qualquer pessoa, de qualquer idade, e afeta todos ao redor: pacientes, familiares e amigos.