MPCE aponta novas evidências que confirmam colaboração de vereadora na chacina de Ibaretama

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Edivanda de Azevedo (45), foi presa após ser diplomada (foto: rede social

Região Central: Novas evidências apuradas pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) através do aditamento da denúncia contra os acusados de participarem da chacina em Ibaretama, reforçam que a vereadora de Ibaretama, Edvanda de Azevedo, e seus dois filhos, atuaram como colaboradores do crime, que deixou sete pessoas mortas no distrito de Pedra e Cal, na zona rural do município, em novembro do ano passado. Interceptações telefônicas apuradas pelo MPCE e divulgadas pelo jornal O Povo mostram que nove homens teriam participado do crime.

De acordo com os detalhes divulgados pelo MPCE, a razão principal para a chacina foi, de fato, a briga entre facções criminosas rivais. Integrantes da Guardiões Do Estado (GDE) estariam sendo apontados como alvo de roubos e furtos no distrito de Pedra e Cal. Conforme o jornal O Povo, a própria vereadora teve sua casa roubada por integrantes da facção, razão que teria motivado seu contato com faccionados do Comando Vermelho (CV) para que pudesse se vingar dos membros da GDE pelos crimes cometidos.

“Entre as conversas obtidas, a Polícia Civil se deparou com a informação de que Francisco Victor Azevedo Lima e sua mãe, Edivanda de Azevedo, vereadora eleita de Ibaretama pelo PT, deixaram comida para os executores do crime um dia antes da chacina. Também foi apurado que Edivanda manteve “longa conversa” com “Interior”, apelido de Wanderson Delfino de Queiroz, apontado como integrante da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e chefe do grupo que cometeu os assassinatos”, apurou o jornal.

Franscico Victor teria sido flagrado em outro áudio comemorando a execução e detalhando que nove homens teriam participado da ação criminosa, e não apenas dois, como a imprensa na época chegou a divulgar. “Para tu ter ideia, meu patrão, quem matou esses caras foram nove caras. Os caras estavam tudo armado. Os que morreram, mas não adiantou não (risos)”, disse Francisco em áudio, conforme o MPCE.

Casa foi utilizada como ponto de apoio para autores da chacina (Foto: SSPDS)

O aditamento da denúncia contra os acusados ainda traz o detalhamento do depoimento de João Paulo de Oliveira Campelo, um dos presos que confessou o crime. Ele seria ligado ao CV e disse que praticou o crime por vingança. “Praticou o crime em vingança por membros da GDE terem invadido a casa de sua mãe, roubado uma moto e ainda terem apontado armas de fogos para as cabeças de seus sobrinhos, todos crianças”. Entre os autores do crime estaria Edinardo de Lima Silva, 18, morto na chacina.

Por fim, no depoimento, João Paulo dá detalhes de como o grupo conseguiu entrar na casa e matar todos: ao chegarem no local eles teriam sido recebidos à bala. Os integrantes do CV esperaram escondidos a munição do grupo que estava dentro da casa acabar, para só então invadir e cometer o crime. “Conforme a Polícia Civil, a casa onde o crime foi cometido funcionava como uma espécie de ponto de apoio da GDE na localidade. Todas as vítimas seriam ligadas à facção — apenas Osvaldo da Silva Lima, de 24 anos, e Wilian da Silva Rodrigues, de apenas 6 anos de idade não teriam nenhum tipo de ligação com a facção, conforme a investigação”.