Cerca de 600 leitos de Covid-19 já foram remanejados para outras especialidades na Grande Fortaleza

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Fortaleza vem apresentando redução nos índices de casos e óbitos de Covid-19. Com isso, cerca de 600 leitos exclusivos para a enfermidade já foram liberados para outras especialidades tanto na Capital, quanto na Região Metropolitana (RMF), segundo o secretário da Saúde do Estado (Sesa), Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto.

“Chegamos a ter 30 leitos de UTI no Hospital São José, hoje são três. Tivemos até 400 doentes com Covid internados no Hospital Geral de Fortaleza, e quase 300 no Hospital de Messejana. Num dia só, registramos mais de 1.500 pacientes internados com Covid, 150 deles com ventilação mecânica, intubados. Houve uma redução muito drástica, e agora é o momento de mudarmos o perfil dessas vagas, darmos prosseguimento à ampliação da rede, para resolvermos grande parte do problema das filas”, avalia o secretário.

Fortaleza foi a primeira cidade do Ceará a passar pelo pico da doença, de acordo com dados da plataforma IntegraSUS. Os altos índices de casos confirmados e óbitos em decorrência da infecção foram registrados no município, principalmente, entre o fim de abril e o dia 20 de maio.

A situação, porém, é distinta das cidades do interior, que ainda registram altos índices de contaminação, como os municípios do Cariri cearense e do Litoral Leste. Por isso, segundo Cabeto, os leitos dessas áreas precisam ser mantidos.

O Ceará registrou, até esta terça-feira (4), 179.976 casos e 7.821 óbitos por Covid-19. Número de recuperados da doença chegou a 151.069.

Ocupação atual
O número de cearenses dependentes de UTIs, contudo, ainda é alto: até a noite desta terça-feira (4), conforme dados do Integra SUS, plataforma digital gerida pela Sesa, 353 leitos públicos de alta complexidade ainda estavam ocupados, em 43 unidades de saúde de todo o Ceará. A quantidade corresponde a 75,91% do total disponível, que, atualmente, é de 465 vagas deste tipo. A taxa de ocupação geral de UTIs, incluindo pacientes das redes privada e filantrópica, é de 70,74%.

Para demandas de baixa e média complexidades, são ocupadas as enfermarias. No Ceará, são 720 vagas públicas disponíveis exclusivas para infectados pela Covid-19, hoje, das quais menos da metade (287) está sendo utilizada. Se incluídos os leitos privados para o mesmo fim, a taxa de ocupação de enfermarias atual do Estado é de 35,41% – no pico da pandemia, a porcentagem se aproximou de 100%, beirando o colapso.

Até 11 de maio, mês de maior incidência da pandemia em Fortaleza, mais de 2 mil leitos específicos foram criados na capital cearense e no interior do Estado para atendimento de casos do novo vírus. Deste total, 481 foram de UTI e 1.521 de enfermaria. Antes da chegada do novo coronavírus, o Estado contava com cerca de 730 leitos de alta complexidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a Sesa.

“Uma parte dos leitos de internação para Covid era transitória, e estamos fechando. Nos últimos 30 dias, tivemos redução de mais de 50% do número de pacientes internados em enfermarias e UTIs. Hoje, no HGF, praticamente não tem doente com Covid no hospital, assim como no de Messejana e no César Cals. Estamos direcionando a maioria dos casos para o Hospital Leonardo Da Vinci, e ampliando as outras alas de internação para doenças anteriores. É muito importante dar espaço à população para tratar de outras doenças, como cânceres, infartos e AVCs”, frisa Cabeto.

Com informações do G1