Revoltante: Quixadaense em estado grave luta por vaga em hospital público, mesmo após decisão judicial

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O juiz Welithon Alves de Mesquita, da 1ª Vara da Comarca de Quixadá, concedeu liminar determinando a internação (foto: reprodução)

Quixadá: A reclamação com a saúde pública brasileira é quase unânime, para que tem condição financeira mais elevada à alternativa é adesão a plano de privado. O Sistema Único de Saúde recebe milhões de reais de recurso públicos, mas boa parte é desviado pelos governantes, uma triste realidade.

Nesse caos, se encontra a aposentada Valdelina Sousa de Oliveira, 62 anos, moradora do bairro Campo Velho, na cidade de Quixadá. Sua família, luta há dias para que esta tenha assegurado o direito à saúde pública, isso, mesmo após decisão judicial. Hoje, se encontra em um hospital particular mesmo sem condições, após falta de vaga no sistema público.

Nayana Oliveira, filha da aposentada disse ao Revista Central que a sua mãe foi internada na Unidade de Pronto Atendimento de Saúde de Quixadá (UPA) no último domingo, 28/06, com o diagnóstico de hipotensão hemorragia gastrointestinal alta. Após idas e vindas na UPA, foi diagnosticado que a paciente estava com intensa anemia com necessidade de transfusão sanguínea.

A filha revela que a sua mãe precisava de uma bolsa de sangue, “sendo que essa bolsa de sangue demorou para chegar por falta de comunicação entre a UPA com o Hemoce”. Na noite do domingo, a paciente retornou para a sua residência e na segunda-feira, retornou para a UPA.

A equipe da UPA tentou transferência para o Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, no entanto foi negado por falta de leito. “Tentaram colocar a minha mãe no Eudásio Barroso, então pedimos pra transferir para Fortaleza, o que foi feito, mas com vaga zero.” Denuncia a filha.

Decisão judicial

Diante da falta de vaga no sistema de saúde, a família procurou a Defensoria Pública que ingressou com ação de obrigação de fazer contra a Secretaria Estadual de Saúde. Segundo o defensor Júlio Cesar Matias Lobo, mesmo sabendo que não havia vaga e conforme informações dos familiares, a paciente foi transferida com vaga “0”, “o que implica dizer que ficaria à espera de vaga, apesar da gravidade do seu quadro clínico”.

O juiz Welithon Alves de Mesquita, da 1ª Vara da Comarca de Quixadá, concedeu liminar determinando que a Secretaria Estadual de Saúde do Ceará disponibilizasse vaga de internação, com realização de todos os procedimentos médicos, no prazo de até 24h (vinte e quatro horas), sob pena de multa diária em R$ 1.000,00 (mil reais), para a pessoal do Secretario.

Horas em ambulância

Segundo a filha, o Hospital Geral de Fortaleza-HGF também não recebeu por falta de vaga mesmo a paciente já bastante debilitada. A mulher ficou horas na ambulância. “Sem ter mais alternativa, a família mesmo sem condições financeiras, resolveu internar no particular Hospital São Mateus, tendo em vista que ela não tinha condições de retornar para Quixadá.”

A família no momento está pagando os procedimentos médicos e de enfermaria no São Mateus. O hospital cobrou R$ 20 mil para a internação em leito e mais R$ 10 mil para ter acesso a UTI.

A defensoria e os parentes ainda tentam o cumprimento da decisão judicial, mas o governo Camilo Santana ainda não acatou a ordem.

Nayana Oliveira deixa claro que a Prefeitura de Quixadá não está dando qualquer ajuda, “é mentira que a Prefeitura esteja dando auxilio pra gente”.

Para a filha: “É uma situação angustiante, inaceitável, estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance. O direito do estado é assegurar a saúde de todos, não venham colocar culpa na pandemia.” Desabafou.