Por Cícero Bandeira: Para onde caminhamos, meu Brasil?

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Vejo líderes definhando, com seu capital político se acabando ao defender o indefensável e me questiono, com certa preocupação: para onde caminhamos?

 Olhar o Brasil atual não me traz perspectiva otimista num curto prazo. E o principal motivo não é a crise econômica, tão comum ao Capitalismo. Penso que este não é o maior problema brasileiro. O que me desanima são os protagonistas do Estado Brasileiro. Na situação ou na oposição, ambos me frustram pois não consigo enxergar em nenhum deles a necessária grandeza para apresentar uma nova perspectiva para o nosso país.

Atolados numa disputa quase insana pelo poder, não há, em nenhuma das partes, um estadista que agregue, que tenha liderança e desapego suficiente para nos levar à transição para um novo momento. Ah, quem dera tivéssemos um Nelson Mandela por aqui!

Presos ao passado, os principais partidos tentam reprisar uma disputa entre Lula e FHC, que de tão repetido não cabe mais nem numa sessão de “vale a pena ver de novo”.  Para mim este filme já perdeu a graça.

O governo da presidente Dilma parece atônito, refém das mentiras e omissões que se utilizou para vencer a eleição. Com aliados insaciáveis por cargos e privilégios coleciona chantagens e derrotas, abrindo caminhos para o que há de pior na política brasileira.

Sua única justificativa, como sempre, é uma teoria da conspiração repetida e cansativa a respeito da imprensa e das “elites”. Muito pouco para justificar o que está acontecendo.

Ao recorrer a uma política econômica “neoliberal”,  baseada na receita do FMI e dos tempos FHC,  o governo do PT expõe suas enormes contradições, não consegue se explicar e não unifica nem seu próprio partido em torno de suas ações. Os cortes em áreas, como educação e saúde são os exemplos mais contundentes. Como consequências várias instituições já começam a realizar greves e protestos.

A oposição, que nunca entra em acordo, patina. Depois que o PT se apropriou de algumas das suas bandeiras não conseguiu mais se recuperar. Não consegue ser eficiente enquanto oposição e, tanto quanto a situação, não entende a voz das ruas. Parece pensar todos os dias em governar. Isto lhe cega. O impeachment é ouro de tolo da oposição, que desperta suas ambições, seus sonhos reprimidos de chegar ao poder, antecipando os processos.

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Vejo líderes definhando, com seu capital político se acabando ao defender o indefensável e me questiono, com certa preocupação: para onde caminhamos?

Noutro dia vi uma cena que, acredito, pode nos dá uma pista do caminho a ser seguido: diversos Ministros da Justiça, dos governos  FHC e Lula se uniram defendendo a manutenção da maioridade penal do modo como está. Sem entrar no mérito do objeto da sua defesa, gostaria de ver pessoas notáveis reunidas em torno de temas de relevância para o país, sem estarem numa busca desenfreada pelo poder.

Fazendo o esforço para ser otimista neste momento, fico desejoso que iniciativas como esta se multipliquem. A conferir.

Cícero Bandeira L. Filho
Professor da Rede Municipal de Ensino de Quixadá
Graduado em Ciências da Natureza (UECE)
Mestre em Educação Brasileira (UFC)
Facebook: cicero.l.filho@facebook.com

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